RM

Hoje fiz uma visita ao um sítio onde ninguém quer ir! O hospital! E além de ficar sempre deprimida com as coisas que vou vendo, aquele cheiro fica-me sempre no cérebro de uma forma que me custa depois voltar ao normal.

Felizmente ao longo da minha vida não foram muitas a vezes que lá tive de ir, para mim ainda menos na verdade, mas hoje ia estrear-me!

Fui fazer uma ressonância magnética.

Tudo muito bem, muito calma, cheguei e nem me deram tempo de pensar muito, chamaram-me logo. Primeira surpresa, era com contraste, cateter no braço e vamos lá.

Deitar, ficar quietinha e o mesmo conselho que me tinham dado já anteriormente "fechar os olhos". E eu como boa menina assim fiz. Fechei os olhos e lá fui eu.

Passou algum tempo e depois de já ter feito tudo, rezar, contar, pensar em coisas boas, coisas más, em quem não devia, em quem devia, comecei a sentir muito calor, muito calor, a pensar que estava dentro de uma máquina, que se quisesse sair não podia e comecei a entrar em pânico! Apertei a campainha e parou tudo, o técnico veio logo ter comigo e eu só dizia que tinha calor, para me darem ar, só perguntava quanto tempo ainda iam demorar e tudo de olhos fechados. Até que os abri e tcharam!

Só estava dentro da máquina até ao peito! Ou seja podia sair sim, se quisesse (claro que não o ia fazer, mas afinal podia!). O técnico foi super simpático, colocou um espelho acima dos meus olhos de forma a que eu visse onde ele estava sentado e a partir dali mesmo ainda desconfortável fui ficando mais calma.

Quando acabou tremia tanto que mal conseguia levantar-me de lá, morta de calor e com o corpo geladíssimo! Não fossem as pernas bambas, o cateter no braço e estar praticamente nua (só de cuecas e bata) e tinha desatado a correr!

Hoje fiquei admirar ainda mais as pessoas que diariamente têm de se submeter a exames difíceis (muito mais difíceis do que este que fiz), passei a gostar ainda mais do meu pai que todos os anos tem de fazer uma RM de rotina bem mais demorada que a que fiz e essa sim com o corpo todo dentro da máquina.

E fiquei a achar ainda mais que sou uma tonta que devia era ter tido a coragem de abrir os olhos e não ter feito aquela fita toda!

Geri