23/10/2010

Correspondência


Hoje ao ver o Jornal da Noite vi uma notícia sobre o facto de podermos fazer selos personalizados.
Isso levou-me a pensar que hoje em dia já ninguém escreve cartas. Mandam-se e-mails, sms, telefona-se, mas cartas já começa a ser uma raridade nos dias que correm.
Cada vez que vou à caixa do correio já sei o que me espera, publicidade e mais publicidade, contas para pagar (essas cartas nunca irão terminar!), mas cartas daquelas que nos faziam abrir o envelope com ansiedade para ler as palavras vindas de quem queríamos bem, essas já não encontro.
E tenho pena, sinto saudades... Lembro-me que durante anos troquei correspondência com uma prima que vivia longe e esperava sempre com um entusiasmo contagiante a resposta às minhas cartas. Ainda hoje as tenho guardadas, e não consigo deixar de rir sempre que releio as dúvidas existenciais que nos assaltavam com aquela idade!
A verdade é que sinto saudades mas também não o faço, deixei esse hábito para trás, a vida leva-nos a querer respostas imediatas, a querer tudo para hoje e perde-se o encanto, a magia das "pequenas" coisas.
Penso e nem sei a quem poderia escrever, ou então sei mas não posso por outras razões...
Sei sempre como estão os meus amigos, a minha família, falo regularmente com as pessoas que estão mais longe e parece que no meio disso tudo deixa de fazer sentido escrever. Quando na realidade nada se compara ao prazer de pegar numa folha e passar para o papel tudo o que nos apetecer dizer.
Esta notícia fez-me pensar, fez-me querer recuperar um prazer perdido, quero voltar a fazê-lo, e depois vou esperar que isso desperte também a mesma vontade na outra pessoa e que sinta vontade de retríbuir.

Geri

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Estejam à vontade para comentar, cá estarei para responder!