Hoje ao fazer a inscrição para um exame médico tive mais uma vez que me confrontar com uma realidade que não gosto de dizer em voz alta. Nome, ok, morada, ok, data de nascimento, ok, estado civil, NOT ok!
Mas no que é que o meu estado civil vai contribuir para o exame, apeteceu-me perguntar! Será que se fosse uma coisa correria bem mas se fosse outra não iria correr? Claro que não o perguntei, a senhora estava a fazer o seu trabalho, não tinha culpa. Mas naquele milésimo de segundo onde tive que o dizer em voz alta senti-me mais uma vez minúscula sempre que tenho de o fazer.
Quando vi que o cartão de cidadão não tem o estado civil foi um alívio, não tinha que me confrontar com aquelas iniciais...
Sei o que sou civilmente, não preciso que mo relembrem. Sei o que sou no papel, mas ninguém me pergunta o que sou na alma, no coração... Para o mundo isso não interessa, interessa é o que ficou escrito, sei lá onde, naquele dia que não quero reviver nem em pensamentos.
Somos o que sentimos? Ou somos o que a sociedade nos impõe através de regras?
Sei o que sou, sei que não o queria ser, nunca quis, continuo a não querer mesmo que agora já nada haja a fazer.
Cada vez que tenho de o dizer apetece-me responder que sou "x" mas cá dentro continuo "y". Mas provavelmente ficariam a olhar para mim sem compreender, e na verdade também não têm de o fazer.
Hoje mais uma vez custou-me, sinto que me irá custar sempre, mas o estado não vai mudar e vou ter de continuar a dizê-lo...
Geri
Por acaso, no cartão do cidadão não tem o estado civil. Mas ainda é obrigatório dizer em todos os locais?! Não sabia :(
ResponderExcluirBoa pergunta...qual o meu estado civil? Um coração partido, serve?
ResponderExcluirQuer-me cá parecer que se calhar nem tudo sabes bem o teu estado civil... :)
ResponderExcluirEli: Sim, infelizmente ainda é comum perguntarem o estado civil.
ResponderExcluirMerenwen: Servir não serve, mas infelizmente é o que há (pelo menos no meu caso).
S*: :) O problema é que sei, antes não soubesse, ou que fosse outro!