O Natal já passou agora já só para o ano é que há mais. Foi como já esperava, nada de novo, de ano para ano acho que o encanto cada vez se vai perdendo mais.
Agora já toda a gente está na fase dos preparativos para a passagem de ano, fazem-se projectos, fazem-se listas de pedidos para o novo ano que aí vem, tomam-se resoluções que depois acabam-se perdendo por várias razões ao longo dos meses.
Nunca fui de fazer essas listas, tal como nunca pedi para o Natal, também nunca pedi para o ano seguinte. Até à três anos atrás também tinha o hábito das 12 passas à meia-noite e os desejos resumiam-se aos mais comuns, a saúde, paz, emprego, felicidade, os bens materiais nunca faziam parte da lista.
Já não o faço, não como as passas, nem faço nada de especial à meia-noite. As coisas não mudam só porque deixa de ser 2010 e passa a ser 2011.
Claro que quero continuar a ter saúde e emprego e ter os meus pais sempre ao meu lado, mas isso são desejos diários, são pedidos e agradecidos todas as noites ao deitar-me.
Esta altura do ano é complicada, como tantas outras o são, mas agora inevitavelmente faz-me olhar para trás e fazer o balanço do que se passou.
Foi um ano melhor interiormente, foi um ano em que sorri um pouco mais, saí mais, diverti-me mais, cimentei amizades antigas e criei novas.
Mas também foi o ano em que te senti mais distante, onde quase não soube de ti, foi o 1º Natal em que não falamos ao telefone, em que não estive contigo uma única vez nestes meses...
O ano onde o vazio que está cá dentro é cada vez maior, onde cada vez mais me desencanto com a caminhada que está a ser a minha vida. O ano onde me confrontei com a realidade com que vivo diariamente, onde senti definitivamente perdidos sonhos de uma vida toda.
Sinto-me muito cansada, cansada de muita coisa, cansada de sofrer, de continuar amar-te da mesma forma e achar que nunca vai terminar. Sinto-me sozinha, sinto-me cada vez mais sozinha. Porque podemos ter uma multidão à nossa volta e mesmo assim sentirmo-nos sozinhos e a verdade é que é assim que me sinto.
Passo o dia a trabalhar com pessoas fantásticas, tenho amigos e família mas depois ao final do dia entro em casa e não tenho ninguém para partilhar conversas, silêncios...
Não te tenho a ti... E isso não vai mudar só porque o ano de 2010 vai terminar e vamos entrar em 2011...
Geri